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domingo, 6 de julho de 2025

Bruxas, magias e racismo: o que nossas palavras ainda escondem

Algumas expressões que carregam preconceito, racismo e apagamento cultural (e você talvez nem tenha se dado conta):


Você já parou para pensar no peso que certas palavras e expressões carregam? Muitas vezes, repetimos termos no dia a dia sem perceber suas origens problemáticas — e o quanto eles reforçam preconceitos, apagamento cultural e até racismo estrutural.


A linguagem não é neutra. Ela carrega histórias, ideologias e violências. Quando usamos expressões que nasceram da colonização, da cristianização forçada e da perseguição a culturas ancestrais, estamos perpetuando esses sistemas de opressão, mesmo sem querer.


A seguir, trago alguns exemplos comuns que merecem ser repensados. Talvez você nunca tenha notado o problema. Até agora.



🧹"A bruxa está à solta"

Expressão usada com tom pejorativo, que reforça a ideia de que mulheres com saberes ancestrais são perigosas ou fora de controle.


⚫️ "Magia negra" vs. "Magia branca"

Esse contraste é RACISTA. Associar "negra" ao mal e "branca" ao bem reforça uma lógica colonial que demoniza culturas afrocentradas e espiritualidades não-cristãs.


🧙🏾‍♀️ "Bruxa" como xingamento

Usar "bruxa" para ofender é apagar toda a história de perseguição contra mulheres, curandeiras, parteiras e guardiãs de saberes tradicionais.


🎭 "Fantasiar-se de bruxa" no Halloween: Dia das Bruxas

Transformar toda uma cultura em "fantasia de criança" é desrespeitoso. Existe uma história real de perseguição, dor e resistência por trás da figura da bruxa.


👁 Isso tudo é resultado da cristianização forçada e do colonialismo europeu e árabe que tentaram apagar espiritualidades e culturas inteiras.


🛑 Repensar o que você repete é também um ato de resistência.


Conclusão

Refletir sobre essas expressões não é “exagero” nem “mimimi”. É reconhecer que a linguagem é uma ferramenta poderosa — ela pode perpetuar sistemas de opressão ou ser usada para resistir a eles.


Desconstruir esses hábitos exige consciência, escuta e disposição para aprender. A mudança começa com algo simples: prestar atenção no que dizemos e no que estamos, sem perceber, ajudando a manter vivo.


Falar é um ato político. Que a sua fala também seja um ato de respeito e reparação.

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