Resenha do livro Romance em San Marino. Primeiro livro. Autora parceira, Lídia Rayanne

Título: Romance em San Marino - Livro I
Autor(a): Lídia Rayanne
Número de páginas: 613 páginas 
Gênero: Romance de Época | Nacional 
Editora: Skull 
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Disponível para compra na Amazon Kindle

E-book do livro recebido em parceria com a autora

Ela havia nascido para ensinar. Ele, para governar. Só precisavam que o destino os unisse…
Em meio às guerras napoleônicas, a pequena república de San Marino ainda permanece livre com as graças do Imperador Bonaparte. Mas a paz que reina no Monte Titano não se aplica a Ângela Olivério.
Pressionada por seus pais para aceitar um casamento arranjado, a jovem se pergunta quem em pleno século XIX aceitaria se casar com uma professora cheia de sonhos idealistas.

As inquietações também não abandonam Marco Casali. Comprometido com a bela Alessa Vicini e filho de um dos governantes mais importantes de sua geração, o galante rapaz se sentia preparado para substituir o lugar do pai no Conselho de San Marino. Isso até o dia em que foi envergonhado diante de seus mais importantes líderes. Como ele poderia se tornar o capitão-regente de um país cuja história e povo mal conhece?
Depois de um inesperado encontro, Marco descobre em Ângela a mentora improvável de que precisa. Sob a promessa de que ele lhe conseguirá uma audiência com os próprios capitães-regentes, Ângela aceita a missão de instrui-lo nos preceitos da República sem saber que, terrível e irreversivelmente, seu coração seria arrebatado logo por ele — um rapaz destinado à outra garota.
Mas o que ambos não imaginam é que, à medida que lutam contra o sentimento crescente entre eles, a chegada de dois estrangeiros ameaça a liberdade de San Marino.

Ela era grata àquele homem que tinha lhe dado instrução e sempre acreditou em seus sonhos, mesmo quando todos diziam que era inútil para uma garota pobre aprender a ler ou escrever.

O livro "Romance em San Marino" é uma narrativa de romance de época incrível e completamente cativante. Em outras palavras, possui um enredo apaixonante e envolvente. Sem mencionar, a história da qual fala sobre liberdade em sua mais bela essência. E também, totalmente surpreendente. Em vista dos segredos e mistérios sutilmente incorporados durante a leitura pela autora, de modo inteligente. Ou seja, jogando indiretas diretas aos leitores e instigando ainda mais o interessante pela leitura deste livro.

Acredito que, o fato da obra trazer uma história com personagens talentosamente construídos e bem desenvolvidos, tanto em se tratando dos personagens principais quanto dos antagonistas ou secundários e suas ligações familiares ou do acaso. Pois, esses são capazes de proporcionar um certo encanto e tornam tudo ainda mais atrativo.

Além disso, a trama conta com um contexto histórico excelente e eficientemente pesquisado. O livro se passa na república de San Marino, uma das mais antigas do mundo e conhecida como a terra da liberdade. Pelo simples fato de ser uma das únicas repúblicas livres, independentes e sobrevivente ao Império francês do conquistador Napoleão Bonaparte. Por sua vez, essa nação se distingue entre tantos outros parlamentos, sustentando o Conselho Grande e Geral, que visa a divisão de poder e a não centralização do mesmo.

E o melhor de tudo ao meu ver, a obra não é focada apenas em romance, mas vai além disso ao abordar temas tais quais política e críticas sociais também. Portando, é repleto de riqueza cultural, história e ação. Na minha opinião, o grande diferencial do livro se deve a história não ser um romance de época tradicional, ao contrário de outros do gênero. E ainda, dá abertura para debater problemáticas da sociedade daquela época das quais são super atuais.

Ademais, em se tratando de moda e figurino de época há uma notável distinção da alta sociedade versus o da população mais pobre. Nessa história, nota-se um choque impactante tanto cultural, desde os costumes e a moda ( modo de se vestir, vestimentas) quanto os valores sociais e políticos. E a segregação social, esse preconceito do rico ser virtuoso e do pobre ser facilmente confundido com ladrão e mau-caráter. Sendo que fortuna e religião não vem acompanhado de caráter, não garante bom caráter. Penso que, essa desigualdade social tanto de gênero e preconceito, ainda é muito presente na sociedade de hoje. Mesmo muita coisa mudando, ainda muito precisa mudar, na minha opinião. Principalmente, na questão do papel da mulher na sociedade como inferior aos homens e vista como única serventia para arranjar um bom casamento e marido ou a obrigação de ter filhos. Já que isso é tido como único objetivo de vida delas ou tudo o que elas poderiam almejar para si mesmas, assim como podemos ver no livro. E até vistas como mercadorias, como é o caso dos dotes pagos às famílias naquela época.

Por exemplo, uma mulher envolvida em política e assuntos que não dizem respeito aos afazeres domésticos e opinando sobre política e melhoria ao país dela, era considerado por muitos abominável. Porque não era considerado o lugar onde ela deveria ter voz em um mundo machista, pelo simples fato dela ser mulher. E a Ângela Olivério, nossa protagonista autêntica, autodidata de vida humilde e professora autodenomina em sua escola improvisada, nesse tempo onde a educação não era acessível para todos, muito menos para mulheres, é um excelente exemplo disso.

Em resumo, Ângela se via nesse dilema e obrigação de ser esposa de alguém, somando a sua idade considera ultrapassada para um homem desposá-la, como se mulher tivesse prazo de validade. Vejamos, naquela sociedade tinha. Bem como, sabemos que essa cobrança e pressão direcionada ao sexo feminino exista até no mundo moderno. Contudo, ressalto a necessidade de quebrar os padrões impostos.
E tudo isso, antes de Marco Casali aparecer como um jovem mimado e bem apessoado da alta elite do Monte Titano. Uma vez que, depois de um reencontro inesperado, o mesmo irá fazê-la uma proposta bombástica, cuja não envolve um matrimônio e sim uma tutoria particular de aulas sobre a política de San Marino para concorrer ao título de imensa hora de capitães-regentes escolhidos para ouvir o povo sammarinese a respeito das melhorias acerca da micronação de San Marino, que é um enclave envolto pela Itália, tal qual prezam e exercê-las da melhor forma possível.

Concluindo, a escrita da autora é impecável e fluída com uma linguagem simples. Contribuindo para uma leitura maravilhosa ao mergulhar nessa narrativa fascinante e emocionante. Vamos conhecer intrigas familiares, assim como diferentes tipos de amor e lealdade: pela família, pelos amigos, pelo parceiro e pelo país. Juntamente com as lições e aprendizados através dessa mocinha forte, sagaz e corajosa: ensinando que não devemos desistir dos nossos sonhos, não importa o quão impossível possa parecer alcançá-lo.

Então, convido o leitor para embarcar nessa história junto comigo. Estou ansiosíssima pela continuação no segundo livro dessa duologia.

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