Era uma vez uma menina chamada Quinha. Quinha vivia com os pais, o irmão e o avô numa cobertura na Zona Sul do Rio de Janeiro. A casa de Quinha era grande, luxuosa e colorida. Os pais de Quinha a amavam e não conheciam qualquer dificuldade financeira. Mas, apesar de tudo, Quinha não era feliz. Com apenas 11 anos de idade, a menina sofria a Síndrome das Pessoas Inexistentes, moléstia semelhante ao autismo, que a fazia viver num mundo sem pessoas. Quinha não enxergava os seres humanos com quem convivia. Seu universo era feito de lugares vazios. Apenas a internet possibilitava alguma comunicação com os outros, que para ela não passavam de personagens numa tela. Longe dali, havia Paco. Preso a uma cadeira de rodas, vivendo com a família numa estação abandonada do metrô (foram expulsos da comunidade onde moravam pelo chefe local do tráfico), Paco vê os dias passarem diante do computador que o pai roubou. Nas redes sociais, seu perfil é cheio de revolta, amargura e insatisfação. Até aquele dia em que, na rede, uma menina tímida, de nome Quinha, atraiu a sua curiosidade.
Resenha: "O Terraço e a Caverna", de Maurício Limeira
Neste título independente, publicado pela Fundação Cultural do Estado do Pará, vamos conferir a história diferente e audaciosa de duas crianças com realidades muito opostas uma da outra. Apesar de não ser o foco central, acredito que o livro traz uma poderosa crítica social embutida.
Principalmente, em se tratando de narrar temáticas tão necessárias e abordar assuntos atuais relevantes. Por exemplo, o bullying, a desigualdade e vulnerabilidade social ao apresentar aspectos psicológicos e sociais dos personagens principais inseridos pelo meio de ambos.
Além disso, contém representatividade importante através dessas crianças, na trama original e bem construída. Inclusive, o desenvolvimento do enredo me surpreendeu positivamente também. Este é um romance premiado envolto de uma fantasia urbana, onde a ação acontece dentro da cabeça da protagonista, em sua maior parte.
Por este motivo, achei ótimo que esse nacional mostre realidades sociais distintas e faz alusão a uma síndrome na menina Quinha, parecida com o autismo. Porém, vivendo em uma família de privilégios. Enquanto isso, o menino Paco vive preso a uma cadeira de rodas e passa por dificuldades.
A meu ver, a obra está escrita de modo satisfatório. Há sensibilidade tocante, o autor trouxe a narração em terceira pessoa, linguagem simples e instigante.Todavia, a edição de capa entrega pouco sobre o conteúdo proposto. E o leitor somente irá entender o significado do título quando ler, porque vou evitar spoiler.
Finalmente, recomendo o livro. Pois, passa certa mensagem impactante. Dispõe de narrativa poética, abrangendo a evidente dualidade presente; e possui verdadeiras reflexões de situações tão realistas em nosso mundo.
O autor é carioca, funcionário público formado em História. O livro “O Terraço e a Caverna” foi ganhador do Prêmio Literário da Fundação Cultural do Pará em 2015.
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Oi, não conhecias a obra e fiquei realmente curiosa, a temática é sensível e precisa de cuidado para trabalhar, mas sem bem escrita, torna-se algo grandioso. Espero ter a oportunidade de ler.
ResponderExcluirÓtimo saber que você ficou realmente curiosa. E gostou de conhecer essa obra pela temática bem trabalhada, sem dúvida.
ExcluirNossa, que prazer encontrar mais uma obra nacional. Não conhecia o livro, nem o autor, mas gostei bastante, especialmente pelo tom de crítica social que traz.
ResponderExcluirBjks!
Mundinho da Hanna
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Poxa, fiquei bem curiosa pra ler. Ainda mais qje trabalho com crianças e adolescentes. Acho qje sería uma leitura interessante pra eles ñor abordar tantas questões de importancia...
ResponderExcluirOi, tudo bem? Não conhecia o autor mas gostei bastante da proposta dele, ainda mais pelo livro ser nacional. Faz um tempo que não leio nada do gênero. Creio que cada pessoa vive sua própria realidade e muitas vezes não temos ideia do que as outras pessoas vivem. Somente com essa troca de experiência é possível saber quais são as dificuldades do outro. Essa troca sempre amplia nossa visão de mundo. Ótima dica de leitura. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirOi, tudo bem? Não conhecia o autor mas gostei bastante da proposta dele, ainda mais pelo livro ser nacional. Faz um tempo que não leio nada do gênero. Creio que cada pessoa vive sua própria realidade e muitas vezes não temos ideia do que as outras pessoas vivem. Somente com essa troca de experiência é possível saber quais são as dificuldades do outro. Essa troca sempre amplia nossa visão de mundo. Ótima dica de leitura. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirGostei da temática do livro, e de sua resenha... Bastante interessante os temas abordados. Um dos meus filhos está no espectro autista, e eu gosto muito de ter acesso a leituras onde os autores trazem alguns transtornos à tona!
ResponderExcluirBeijocas